by Roberto M.
Primeiramente vamos ver o que é, e para que serve, a glândula tireoide; depois veremos o que vem a ser uma doença autoimune para, em seguida, entendermos o que é a doença ou mal de Hashimoto, também conhecida como Tireoidite linfocítica crônica.
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta situada abaixo do 
“pomo de adão”, na parte da frente do pescoço, ao longo da frente da traqueia.
 
A tireoide tem dois lobos laterais, ligadas por uma ponte (istmo) no meio. 
Quando a tireoide tem um tamanho normal, não podemos senti-la. 
A tireoide secreta diversos hormônios, chamados genericamente de hormônios da 
tireoide. Os principais hormônios são a triiodotironina e a tiroxina (ou 
tetraiodotironina), respectivamente chamados de T3 e T4. 
Os hormônios da tireoide agem em todo o corpo, influenciando o metabolismo, o 
crescimento, o desenvolvimento e a temperatura do corpo. 
Durante a infância, quantidades adequadas de hormônios da tireoide são 
cruciais para o desenvolvimento do cérebro. 
Para saber mais detalhadamente como funciona a glândula tireoide, leia o 
artigo: "Glândula Tireoide e o metabolismo 
celular“. 
DOENÇA AUTOIMUNE
Uma doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico 
ataca e destrói tecidos saudáveis do próprio corpo, por engano. 
A doença autoimune acontece quando o sistema de defesa do indivíduo perde a 
capacidade de reconhecer órgãos, que são naturais e fazem parte originalmente do 
corpo, e começam a produzir anticorpos contra células e tecidos do próprio 
organismo. 
Agora, vamos falar da doença de Hashimoto: 
TIREOIDITE DE HASHIMOTO
Tireoidite de Hashimoto, ou tireoidite linfocítica crônica, é uma doença 
autoimune, cuja principal característica é a inflamação da tireoide causada por 
um erro do sistema imunológico. 
Vamos ver como ela evolui: 
Por razões ainda não conhecidas, o sistema imunológico do indivíduo passa a 
produzir anticorpos que combatem a própria glândula tireoide. Com isso, passa a 
haver um lento processo de destruição das células da tireoide que dura vários 
anos. 
À medida que as células vão sendo destruídas, há uma redução na atividade da 
glândula, o que pode levar ao hipotireoidismo por carência na produção dos 
hormônios T3 e T4. 
Nas fases iniciais da doença, o paciente portador do mal de Hashimoto não 
apresenta sintomas, pois os níveis de T3 e T4 no sangue permanecem normais 
devido ao aumento da secreção de TSH pela hipófise, que estimula as células 
remanescentes da tireoide a aumentar sua produção de hormônios. 
Este aumento de TSH, no início, é suficiente para normalizar os níveis de T3 
e T4, mas os exames de sangue já são capazes de detectar o TSH elevado e 
prognosticar a fase chamada de Hipotireoidismo subclínico. 
Conforme passa o tempo, mais células vão sendo destruídas pelo sistema 
imunológico e, apesar do aumento da secreção do TSH pela hipófise, estimulando a 
produção de hormônios, as células remanescentes são tão poucas que não conseguem 
mais produzir T3 e T4 suficientes para manter o funcionamento normal do 
organismo. 
Quando os hormônios da tireoide ficam em níveis abaixo do desejável, começam 
a surgir os sintomas do hipotireoidismo. 
Como sabemos, o sufixo (–ite) é indicativo de inflamação. Vem daí nome 
Tireoidite, pois a ação dos anticorpos na tireoide causa inflamação da 
mesma. 
Existe a possibilidade de que o paciente portador da doença de Hashimoto 
desenvolva, nas fases iniciais da doença, um Hipertireoidismo. Isso porque a 
glândula irritada pode produzir mais hormônios do que o desejável. 
Desse modo, o paciente portador de Tireoidite crônica poderá evoluir de um 
hipertireoidismo no início para um hipotireoidismo nas fases mais avançadas.
A doença acomete mais as mulheres do que os homens, sua prevalência aumenta à 
medida que as pessoas envelhecem. 
Ainda não se sabe o que faz o organismo produzir anticorpos contra as células 
da tireoide. Existem hipóteses de que infecções virais ou bacterianas, a 
exposição a certos medicamentos e ao iodo, partos e fatores genéticos estejam 
envolvidos nesse processo. 
SINAIS E SINTOMAS DA TIREOIDITE CRÔNICA
A Tireoidite de Hashimoto não tem sinais e sintomas típicos. Por ser uma 
doença de evolução lenta, os sintomas aparecem à medida que o hipotireoidismo se 
instala. 
Vejamos os sintomas mais comuns: 
1 - Cansaço fácil 
2 – Fraqueza 
3 - Desânimo 
4 - Depressão 
5 - Falta de iniciativa (adinamia) 
6 – Pele seca e fria (veja: A Pele humana, sistema tegumentar. Características e 
funções.) 
7 – Constipação intestinal (veja: Você sofre de Prisão de Ventre? Sete causas e sete dicas 
para alívio da constipação.) 
8 - Diminuição da frequência cardíaca 
9 – Hipertensão (veja: Hipertensão. A assassina silenciosa.) 
10 - Decréscimo da atividade cerebral 
11 - Voz mais grossa 
12 - Edema duro no pescoço (mixedema) 
13 - Diminuição do apetite 
14 – Redução do paladar. 
15 – Intolerância ao frio. 
16 – Diminuição do suor. 
17 – Perda de cabelo (veja: Queda de cabelo. A calvície pode ser 
solucionada.) 
18 – Unhas fracas. 
19 – Dor nas articulações. 
20 - Sonolência 
21 - Reflexos mais vagarosos 
22 - Ganho de peso 
23 – Anemia (veja: Anemia. Uma das doenças do sangue.) 
24 – Síndrome do túnel do carpo 
25 – Aumento do colesterol (veja: Colesterol: entenda um pouco sobre ele. 
). 
26 – Alterações da menstruação (veja. O que é cólica menstrual ou dismenorréia. Quais os 
sintomas e causas). 
27 – Perda da libido. 
28 – Infertilidade. 
29 – Disfunção erétil nos homens 
30 – Redução dos pelos da sobrancelha. 
31 – Inchaços (em casos mais graves). 
32 - Câimbras (veja: Câimbras: sintomas, causas, tratamento e 
prevenção.) 
33 – Coma (em casos graves e não tratados). 
34 - Pode apresentar, também, aumento no tamanho da tireoide e, 
consequentemente, a formação do bócio (“papo”). 
Com a progressão da doença, os sintomas se agravam. A pessoa se sente cada 
vez mais cansada e com menos energia. 
DIAGNÓSTICO DO MAL DE HASHIMOTO
O diagnóstico leva em conta cada um dos sintomas listados acima. 
Exames de sangue permitem dosar a quantidade dos hormônios tireoidianos T3 e 
T4, do hormônio TSH produzido pela hipófise, que estimula o funcionamento da 
tireoide, e a presença de anticorpos antitireoide (anti-TPO e 
anti-tireoglobulina). 
Quem tem os sintomas e, também, o nível de hormônios tireoidianos abaixo do 
desejável e TSH maior que 4 mU/l será diagnosticado como portador de 
hipotireoidismo. 
A presença de anti-TPO ou anti-tireoglobulina em um paciente com 
hipotireoidismo indica que a causa é a doença de Hashimoto. 
Existe ainda o grupo que cai na definição de hipotireoidismo 
subclínico, ou seja, TSH maior que 4 mU/L, mas sem sintomas da doença. 
Hoje, graças à identificação dos hipotireoidismos subclínicos, é 
possível diagnosticar a doença antes que ela apresente sinais clínicos. 
Não existe hipotireoidismo quando as análises dos níveis de hormônio no 
sangue apresentarem-se normais. 
Quando se acredita existirem os sintomas de hipotireoidismo, mas TSH e T4 
estiverem normais, as queixas têm outra causa. 
TRATAMENTO DO MAL DE HASHIMOTO
Não existe cura para a doença de Hashimoto, mas felizmente já existem 
hormônios tireoidianos sintéticos. O tratamento consiste na simples 
administração diária destes. 
A droga usada normalmente é a Levotiroxina, que é um T4 sintético. 
O objetivo do tratamento é manter o T4 dentro dos níveis normais e, por 
conseguinte, manter também o TSH dentro da faixa de normalidade, deixando o 
paciente livre dos sintomas. 
A dose da suplementação do hormônio tireoidiano (levotiroxina) varia de 
acordo com o grau de deficiência da produção do hormônio T4. 
Por isso, às vezes, o médico pode ter que alterar as doses do medicamento. 
O tratamento do hipotireoidismo quase sempre é longo e exige a dosagem (exame 
de sangue) do nível de hormônios constantemente.  
Normalmente, o tratamento é feito por toda a vida e não pode ser 
interrompido. 


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