by Roberto M.
O que é a Síndrome das Pernas Inquietas? 
Quais as causas da SPI? Quais os possíveis tratamentos para esse mal?
A Síndrome das pernas inquietas (também conhecida como Síndrome de Ekbon) é uma doença crônica, caracterizada por sensações de desconforto e parestesias nos membros inferiores durante o repouso, gerando urgência em movimentar as pernas para aliviar o incômodo.
O fato da SPI manifestar-se predominantemente 
durante os momentos de repouso comprometem de modo significativo a qualidade de 
vida dos portadores. 
Muitas pessoas deixam de ir ver um bom filme ou 
uma peça de teatro por não conseguirem ficar paradas, outras nem um livro 
conseguem ler. 
Há, ainda, aqueles que têm dificuldade de fazer 
viagens longas ou participar de reuniões sociais e de negócios.
SINTOMAS
O diagnóstico da SPI é feito quando os 
pacientes relatam os sintomas de sensação desagradável de desconforto nas 
pernas. 
Há os que não conseguem explicar os sintomas e 
outros explicam como sendo uma sensação desagradável de agulhadas ou prurido 
interno, que melhoram com movimentos de flexão, extensão e cruzamento das 
pernas.
Os sintomas da SPI podem interferir na 
qualidade do sono do paciente e muitas vezes do cônjuge, uma vez que os 
movimentos podem ser vigorosos. 
Relatos da esposa de um portador da síndrome 
dão conta de que ela chega a perder o sono e ficar contando o tempo das flexões 
do marido: “algumas noites ele mexe a perna a cada 20 segundos, outras a cada 13 
segundos”. 
Estudos mostram que os intervalos entre os 
movimentos podem variar de 20 a 40 segundos e ocorrem predominantemente na 
primeira metade da noite.
O incômodo é bastante variável de pessoa para 
pessoa. Há casos mais leves e casos mais graves. Há relatos, até, de idéias 
suicidas e separações conjugais devido à síndrome. 
Em geral, os sintomas se manifestam durante o 
repouso noturno e impedem o sono reparador da pessoa. Como consequencia, há 
prejuizos na vida social do portador da síndrome, pois no dia seguinte, ele fica 
sonolento, propenso à irritação e inclusive à depressão. 
Entretanto, há casos em que os sintoma se 
manifestam em qualquer momento de repouso, mesmo durante o dia.
PREVALÊNCIA
A síndrome das pernas 
inquietas pode manifestar-se em qualquer faixa etária. É mais rara na 
infância; normalmente os sintomas aparecem após os 27 anos de idade e sua 
incidência aumenta com o envelhecimento.
Mulheres são mais propensas a apresentarem os 
sintomas em relação aos homens e os idosos são mais prejudicados em ambos os 
casos.
A Síndrome das Perna Inquietas, ou 
SPI como é conhecida entre  os médicos, acomete 15% da população 
adulta.
CAUSAS
A causa da síndrome das pernas 
inquietas não é bem conhecida. Parece que a SPI tem uma relação 
com herança familiar em um terço dos casos, mas também pode ter relação com 
anemia ferropriva e polineuropatia. 
A falta de ferro no cérebro pode acarretar uma 
falha na transmissão de informações do cérebro para as pernas, provocando 
sensações de incômodo. Isso não significa que a pessoa tenha deficência de 
ferro, mas sim que pode estar ocorrendo falha no uso desse ferro, diz James 
Connor, PhD, professor do Departamento de Neurociência e Anatomia da Penn State 
College of Medicine e coordenador de uma pesquisa realizada na universidade. A 
tal pesquisa esclareceu que não há degeneração neurológica no cérebro nem perdas 
ou danos das células cerebrais, apenas falhas de aproveitamento do 
ferro.
A gravidez pode exacerbar os sintomas e a 
cafeína também pode provocar piora. 
Em adolescentes a doença parece estar associada 
com estoque baixo de ferro. 
Entre as crianças pode haver alguma relação com 
hiperatividade e déficit de atenção, além de baixos níveis de ferro no sangue, 
podendo melhorar com ferro-terapia.
Há muita especulação sobre o mecanismo que leva 
ao aparecimento da SPI ou Síndrome das Pernas 
Inquietas, mas é possível que seja explicada por uma disfunção do 
sistema nervoso central, uma vez que drogas dopaminérgicas  
como as usadas na doença de Parkinson podem aliviar os sintomas, só que 
ministradas em baixas doses.
TRATAMENTO
A Síndrome das pernas inquietas é uma 
doença que, apesar da grande prevalência entre a população, é pouco reconhecida 
pelos agentes de saúde, motivo pelo qual grande parte dos pacientes não recebem 
tratamento adequado, embora nos últimos anos tem-se estudado essa doença com 
mais interesse.
Ainda é preciso muitos estudos, mas alguns 
medicamentos já têm sido usados para aliviar os sintomas desse incômodo 
mal.
Nos casos mais leves, recomenda-se o uso de 
benzodiazepínicos. Nos mais graves drogas dopaminérgicas promovem alívio no 
sofrimento dos pacientes.
A ingestão do Ferro pode trazer uma melhora 
temporária. Para isso, é preciso orientação médica, pois não se pode sair por aí 
tomando medicamentos que contenham Ferro sem verificar se o seu problema é esse 
mesmo. O excesso de Ferro no corpo pode trazer um tipo de intoxicação que poderá 
trazer mais resultados negativos do que positivos, por isso a necessidade de 
procurar um profissional médico.
Ainda não existe tratamento específico para o 
SPI, pode-se utilizar quatro classes de medicamentos: os 
dopaminérgicos , os opióides , os 
benzodiazepínicos e os anticonvulsivantes, mas a 
American Academy of Sleep Medicine reconhece os dopaminérgicos 
como mais adequados para obter melhores resultados.
Segundo informa o Dr. Dráuzio Varella em seu site, o Departamento de Medicina e Biologia do Sono da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo - Tel. 11- 2108-7633) atende a pacientes com esses sintomas pelo SUS.
Segundo informa o Dr. Dráuzio Varella em seu site, o Departamento de Medicina e Biologia do Sono da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo - Tel. 11- 2108-7633) atende a pacientes com esses sintomas pelo SUS.
RECOMENDAÇÕES
- Movimentos rítmicos e repetitivos próprios da 
Síndrome da Perna Inquieta podem ser confundidos com vícios relacionados 
com tensão ou distração e esses são mais fáceis de serem abolidos, bastando a 
própria vontade de parar.
- É extremamente desaconselhável o consumo de 
álcool, cigarro e cafeína.
- Perto da hora de dormir faça atividades 
relaxantes para não estimular o cérebro.
- Estabeleça rotinas para o sono: silêncio, 
horários definidos e pouca luminosidade.
- Banhos quentes antes de dormir ajudam a 
relaxar e melhoram o sono.
Bibliografia: Revista Neurociências - Síndrome das Pernas Inquietas - Trabalho de Revisão - UNIFESP - Vol. 12 - n° 1
Bibliografia: Revista Neurociências - Síndrome das Pernas Inquietas - Trabalho de Revisão - UNIFESP - Vol. 12 - n° 1
Artigos Recomendados:
- Fibromialgia ainda não tem cura. O melhor remédio é a Atividade Física.
 - Anemia ferropriva ou anemia por deficiência do Ferro
 - Polineurapatia : Um distúrbio que atinge nervos próximos da superfície da pele
 - Parestesia – sensação de adormecimento ou formigamento que incomoda muito
 - Reumatismo. Dores decorrentes das mais diversas doenças.
 




Adorei a matéria porque eu tenho isso e acho que é bem complicado ter a perna pulando a noite inteira. Pior ainda é que muita gente acha que é frescura.
ResponderExcluirObrigada pelas informações.
Não tem nada de frescura, Sandra, é uma Síndrome muito inconveniente. Procure um médico, tenho certeza que vai melhorar sua qualidade de vida.
Excluir